Dos seus olhos, prefiro as cores que não estão, ou aquelas
que, meio desatentas, supõem-se apenas quando bate o sol da manhã. Como dos seus
dias, prefiro os que de longe sinto falta, jamais os que estão agora
calejados desta imensa atualidade. Da sua boca, o beijo de antes; das suas
palavras, as que você nunca teve jeito para dizê-las. Porque deve existir um lugar
onde guardam-se os verbos calados; uma lembrança viva que se acessa apenas quando tudo é estranho demais; o sentido de que, apesar da estranheza, guardada se leva a felicidade.
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