Saturday, September 24, 2011

Embaraço

Essas pessoas guardadas, esses lugares guardados como coisas que se amontoam em armários mofados. E a gente sem coragem de jogar fora. E então, maldita a hora em que as rádios tocam as músicas guardadas e a cidade pára na volta para casa. Maldita sexta-feira. Você era uma piada antiga. Você era uma daquelas lembranças que a gente chama de “eu não me arrependo”, um frio na espinha interrompido há tanto tempo, exatamente quando eu tive coragem de dizer: “sou um adulto agora”. Maldita chuva, malditas luzes derretidas. E esse quadro abstrato, esse videoclipe absurdo, esses anos 90? Eu não sei de onde raios surge uma ideia, de que fenda no tempo me escapa esse embaraço. Eu não te aceitaria nem em mil anos, mas essa chuva e a rima fácil das músicas que não se pode gostar em público... não conta para ninguém, vai. Chegando em casa, passa.

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